Wednesday, July 4, 2007

E ou ñ E?

Ultimamente tenho sido tomada por uma sensação que já não me é estranha há algum tempo.


Sabe quando você olha ao seu redor, vê as pessoas, o ambiente, as coisas que acontecem em volta e pensa "o que raios eu estou fazendo aqui"?! É a sensação de não pertencer.


"Sensação de não pertencer? Como assim?"


Lembra lá no comecinho do ensino fundamental, quando a gente aprendia que tal elemento pertencia ou não a tal conjunto? Pois é basicamente isso.


A primeira vez me senti assim foi no período da minha formatura. No primeiro evento - a colação de grau - eu olhava para os lados e procurava alguma coisa. Não eram meus pais, meu irmão, meu namorado, primos... nada disso. Eu olhava ao redor e não via o motivo de toda a empolgação das outras pessoas.


A mesma coisa aconteceu na missa e em uma escala mto pior, no baile. Fui nominalmente a presidenta da minha comissão de formatura e o baile pra mim foi como uma festa de casamento de um conhecido. Muita gente que eu gosto, amigos de adolescência, alguns da faculdade, família, etc. Mas... faltou. Parecia que o ambiente em que eu estava era completamente paralelo àqueles à minha volta.


"Deslocada" talvez seria a melhor palavra.


Culpa dos anos que passei sem vida social alguma? Talvez. Mas culpa inteiramente minha, principalmente. Quem sabe - até - por mudanças pelas quais estou passando e provavelmente ainda vou passar. Mudanaças no comportamento e na maneira de pensar. A mesma Amana dos tempos do CM voltando à ativa, só que mais madura, responsável e com mais contas (leia-se dívidas) para pagar.


O episódio da formatura foi só o começo. De lá pra cá, tenho me sentido assim com uma certa freqüência. Mais do que eu gostaria, diga-se de passagem.


Dizem na escuridão sempre pode surgir uma réstia de luz.


Senti que realmente pertenço quando comecei a freqüentar o AVESTRUZ ANIME GROUP. Apresentada a eles pelo meu irmão, descobri aos poucos que são mais que um monte de otakus rpgistas metaleiros nerds e loucos (como dizem aqueles que gostam de estereotipar). Somos (sim, SO-MOS!!) uma família. Uma família sem pai ou mãe ou que mande você desligar o computador e parar de ouvir músicas esquisitas. Mas uma família.


Não falo isso por causa da surpresa (linda, por sinal) de aniversário que fizeram pra mim na festa junina do último sábado. A surpresa foi mais que um presente, foi uma marca que ficará pra sempre em mim e eu serei eternamente grata por isso.


Digo que sinto pertencer porque é diferente quando se sente aquele aperto no coração quando vai chegando domingo, que antes era um dia tão sem graça e agora é tão esperado. Dia de rever os avestruzes. Dia de rir, contar piadas e dar montinho. Dia de tomar um milkshake de 500 ml. ou não tomar (questão de honra). Dia de olhar para aquela pá de gente e pensar: "meus amigos são ótimos".

Obrigada por fazerem com que eu sentisse que pertenço. Vocês tem um lugar especial guardado no meu coração.