Friday, December 12, 2008

De saco cheio das virtudes

Para Aristóteles, o estado ideal das coisa deveria tender a um equilíbrio, um meio termo entre os extremos. Aos extremos, ele chamava vícios; ao equilíbrio, virtudes. E a paciência constava entre uma delas.

De uns tempos pra cá, tornei-me uma pessoa viciada em relação a certas coisas. Ou sou indiferente, ou completamente intolerante.

Dizer se esses vícios me fazem bem ou mal, ainda não consigo. "Mas se são vícios não podem fazer bem, certo?". Hm... não exatamente. Muitas vezes o barco precisa de uma lufada de vento que quase lhe arranque as velas para chegar no seu destino.

Consigo apenas dizer que me sinto muito estranha. E tenho sempre vontade de parar o tempo para entender e avaliar as possibilidades. A merda é que o tempo não pára, pelo menos não pra mim. E às vezes tudo se torna uma roda viva tão grande de coisas que, quando dou por mim, me vejo sob os escombros do que aconteceu, sem chance de agir ou voltar.

Ficar com dores de estômago, náusea e dor de barriga são o de menos. O pior é o topor que fica pelo corpo todo, quase me impedindo de digitar o que penso e o que sinto. As mãos trêmulas quase não obedecem, os olhos querem simplesmente se fechar para esperar que tudo passe e fique novamente no silêncio confortável da ignorância.

Felizmente ou não, me desvencilho dele e busco algo pra fazer. Deixar os neurônios inquietos é uma forma de remediar as coisas que não controlo.

Monday, September 15, 2008

Só cabe aqui um palavrão...

... e daqueles bem cabeludos, que faziam as nossas avós lavarem nossas bocas com sabão.

Voltei, mais uma vez. Voltei a escrever, porque nosso país merece!

Isso mesmo. O Brasil MERECE que eu escreva!

O Brasil merece que eu escreva porque, um dia, eu acreditei nele. Acreditei que a minha nação, a minha "terra adorada" pudesse se tornar algo além da terra das bananas e das mulatas. Acreditei que um dia o QI avaliado pelas empresas na contratação de seus funcionários seria sigla para um tipo de análise de competência. Cheguei até a sonhar que a Amazônia seria reconhecidamente nossa, que nossa língua seria respeitada nos quatro cantos do mundo e que a nossa capital sairia de Buenos Aires e voltaria a ser Brasília.

Mas como diz aquela piada que meu pai me contou mais de uma vez: "Me enganei. Pensei que ia peidar e caguei". Depositei esperanças doces onde só amarga a realidade.

Não entendo como eu tive a capacidade de apostar num paiseco de merda como o nosso. Digo paiseco não por sua extensão, belezas naturais, nada disso. Digo por outros motivos que conseguem matar o que é bom aqui com a eficiência de um veneno.

Nós temos um presidente praticamente analfabeto. Não que eu tenha alguma coisa contra as pessoas que não tiveram oportunidade de estudar, mas acho que quem realmente quer procura meios de construir seu caminho. Com tantas coisas acontecendo em tantos períodos eleitorais (me lembro de Lula concorrendo contra o Collor em 1989), como esse imbecil não pensou em estudar?! Mesmo depois que deixou o trabalho de torneiro mecânico (e para o qual fez um curso técnico) pela falto do mindinho (e isso lá é motivo para se aposentar?!), a figurinha poderia ter buscado ser alguém na vida, sei lá. Mas também parece que isso não importa muito, sabe? Inclusive eu me pergunto como que ele conseguiu mandar os filhos para estudar no exterior com a aposentadoria de torneiro mecânico...

Nós temos um legislativo podre, um executivo mentecapto e um judiciário decrépito. Eu reconheço, por exemplo, que algumas situações só podem ser taxadas como "crimes" quando há o flagrante. Mas não sei se em algum outro país uma pessoa que possui conteúdo sexual explícito de menores no seu computador deixa de ser pedófilo por não estar enviando esses dados a outros usuários. Ah, no nosso país esconder dinheiro de propina na cueca, na mala ou no tuim poderá OU NÃO ser um crime. Depende de quanto dinheiro o seu "padrinho político" tiver.

Mas é claro que nem tudo está perdido, certo? De tantos em tantos anos, temos eleições, a chance do povo escolher seus representantes e estes, por sua vez, colocarem a devida ordem nesse bacanal, certo?!

Não, burros. Errado, mais uma vez.

Nosso período eleitoral é uma piada há algum tempo, mas ultimamente tem-se tornado um verdadeiro circo de horrores: veste-se de cangaceiro, imita-se Jesus, plageia-se a música alheia, tudo é permitido. Na minha concepção, uma pessoa que tivesse a intenção de representar a população (no degrau hierárquico que lhe aprouvesse) deveria ter o mínimo de instrução, conceito perante a sociedade e idoneidade comprovada. Não que precisasse apresentar diploma de Harvard, pois algumas mentes brilhantes e bem sucedidas não tiveram a oportunidade de chegar ao Ensino Superior; mas que mostrasse ter competência em sua função, ser bom empregador, contribuir com a comunidade, buscar interesses maiores que os financeiros... Pensando bem, estamos falando do Brasil, né? E o nosso presidente... bom, já deu pra entender, né?



A meu ver, se continuar assim, o Brasil, o "país-continente", o "berço esplêndido", etc., et., será para sempre um paiseco de merda movido a pão e circo. Movido a "bolsas-farelo", a obras eleitoreiras, a maquiagens de última hora, a risadas de chacota vindas do resto do mundo, a laranjas, a propinas e a traficantes que mandam mais do que o poder público. Os direitos humanos continuarão sendo "direitos dos manos" até que tiremos o cabresto ou que paremos de rir dos outros e olhemos nossas caras - ridiculamente pintadas - no espelho.

Enquanto isso, a terra onde "tudo que pinta de novo, pinta na bunda do povo" sofreu modificações. O Brasil agora é a terra da caipirinha, do pagode e do Ronaldo Gordo; o QI virou os filhos feios que todo mundo adora fazer e detesta assumir a paternidade; a Amazônia, de tão desmatada, já não é mais de interesse da ONU e a nossa capital já chegou ao Rio de Janeiro.

E viva o Brasil.

Sunday, August 17, 2008

"Coração bobo"

Há algum tempo tenho sido mais dura comigo mesma. Me cobro mais, me forço mais, me desafio todos os dias. Mas, mesmo que eu queira muito, algo em mim que não endurece é o coração; não o órgão, mas aquele que tanto aparece em romances e poemas como sendo o centro das emoções.

Por mais surrado e magoado que tenha sido, o cretino não endurece. Não aprende! Fica lá, me dizendo que está tudo bem, enquanto faz com que as lágrimas corram dos meus olhos e tudo dentro de mim se acabe de tempos em tempos.

E o safado não endurece!

Não é capaz de pedir um movimento sem pensar nos outros, sem esperar ouvir a opinião alheia, sem empatia, sem vontade de querer abraçar o mundo pra vê-lo melhor. E só fica nessa: apanha, chora, levanta; fica magoado, chateado, abana a cabeça, levanta; pontapé, facada, curativo, levanta...

Às vezes não toma uma atitude. E quando faz algo de maneira ríspida, seca, desumana, ix! pode saber que virão em seguida abraços e promessas de que tudo ficará bem. Diacho de coração que não aprende!

E ainda tem a ousadia de dizer que, às vezes, a melhor maneira corrigir alguém é desse jeito: com paciência, carinho e amor. A ousadia!!!



...


Pior do que isso é ver que o danado está certo ¬¬

Monday, August 11, 2008

Tenho estado dividida entre várias coisas...

Algumas que merecem que me preocupe com elas, outras que me parecem simples paranóia.

Sinto que vou explodir em vários pedaços de mim que não conseguem convergir em idéias ou ações. Partes diferentes que querem viver independentes das outras.

Enquanto isso não acontece, espero passar a dor de cabeça que tanto me perturba.

Monday, May 12, 2008

"O bom filho à casa torna"

Fui movida por uma insana vontade de voltar a escrever.

Não que alguém leia, mas as palavras dentro de mim têm vida própria. E travam batalhas homéricas dentro de mim quando teimo em não deixá-las fazer o que querem. Entro em uma espécie de "transe consciente", que tenho impressão de ser o mesmo pelos quais passam os médiuns espíritas quando recebem entidades (segundo o que me relata meu pai): estou aqui, fisicamente, digitando ou empunhando lápis ou caneta, e as palavras fluem, saem, sem que eu as veja, tomando a forma que querem e bem entendem.

Voltei, enfim. Voltei principalmente por saber que sou eu. Uma pequena vitória para quem tem lutado há muitas luas para conseguir sair do primeiro passo; mas ainda assim, vitória.

Sei quem sou e quero ser mais. Nada além daquilo que já exista dentro de mim. Infelizmente, aquém do que esperam de mim, eu sei. Tenho um defeito que me torna inapta (?) para preencher as expectativas: a cabeça anda muito na Lua.

Não que eu seja lerda ou algo parecido. Mas meus sonhos parecem tão plausíveis dentro do meu tempo que as dificuldades se tornam imagens borradas mesclando-se à paisagem cotidiana. Está tudo tão claro, meu Deus!, como é possível que mais ninguém veja o que eu vejo?

Então continuo andando em gravidade zero, sentindo-me leve, coração levado com a maré. "Sendo como a areia onde a onda vem bater", sempre... Sentindo o corpo levado e trazido, saboreando os prazeres e as dores de ser eu. Tendo como bússola os meus sonhos, como guia, a fé na minha capacidade o no meu talento.

Queria ser mais. Queria poder fazer os olhos daqueles que amo brilharem cheios de orgulho, mas por enquanto não consegui. Quem sabe, um dia? Por enquanto, me satisfaço em deixar o corpo leve, dançando com as ondas, e os sonhos se alimentarem dos meus pensamentos para ficarem fortes até o dia em que, revestidos deles, se tornarão tão plausíveis quanto a minha pessoa.

Por enquanto, fico feliz em ser o que sou. Dar um passo de cada vez para não embolar as pernas. Deixar a cabeça na Lua enquanto o corpo trabalha aqui, para que tudo seja feito no seu devido tempo.

Thursday, March 6, 2008

Confissão

Minha mãe foi confessar ontem na Igreja São José.

Eu não confesso desde a minha crisma em 2002.

Mas confesso por aqui muitas outras coisas que talvez seria incapaz de dizer.

- Confesso não estar com a menor paciência para retomar um trabalho tão simples com um cliente tão complicado. Tenho vontade de sobra para mandar tudo às favas, mas acho que ultimamente conseguiram me convencer que o dinheiro é mais importante que a tranqüilidade e a satisfação pessoal. Ainda tenho 6 horas pra decidir isso.

- Confesso que não sei qual a vantagem de se ter um emprego público no qual supostamente se deveria ganhar 3 mil reais e só se recebe 1200. Ou deveria-se ter algo em torno de 7 mil e não se chega a 2. Não quero essa vida pra mim. Meu dinheiro pode ser contado, mas eu não deixo ningué ficar com mais dele do que deve.

- Confesso que estou sem paciência para falta de paciência alheia. O limite que a minha tinha esgotou-se há algum tempo. Acabou, e acabou mesmo. Preciso recarregar as baterias.

- Confesso que nunca me senti tão sugada em um local de trabalho. Hoje tentei (sem exageros) levantar 8 vezes entre as 7:30 e as 10:00 da manhã. Sem sucesso. Ainda bem que tenho que ficar só mais um dia.

- Confesso que estou otimista com o concurso. Estou me sentindo menos pressionada dessa vez, o que é muito bom.

- Confesso que estou com inveja do meu irmão. Queria ter menos loucuras e traumas na cabeça e menos preocupações com a casa pra poder 100% ignorar algumas coisas em volta e cuidar só de mim. Preciso aprender com ele muita, muuuita coisa mesmo.

Espero que as coisas se resolvam e que chova, o calor está insuportável.

Sunday, March 2, 2008

Fatos

Hoje aconteceram coisas previsíveis e imprevisíveis.

Meu namorado está em São Paulo, curtindo o show do Iron. Têm uma entrevista amanhã. Estou feliz que as coisas estão se encaminhando melhor pra ele. Pensamento positivo: "vai dar tudo certo".

Encontro Avestruz + NACC excelente. Fazer cada vez mais amigos é sempre bom.

Uma ligação à tarde completamente inesperada. Zilhões de coisas vêm à cabeça. Fazer outra ligação e ver as coisas em que acredita agora por causa de experiências com outras pessoas serem tripudiadas. Chamadas de "ironia".

Sou irônica quando quero. E fica na minha cara que o estou sendo.

Odeio quando fazem pouco do que sinto.

Percebo cada dia mais que o melhor é ficar quieta no meu canto e tratar as pessoas simples e distantemente.

Será que consigo não me envolver?


...



Fica então a pergunta da noite.

Tuesday, February 26, 2008

Forgive, but never forget.

Seres humanos têm a péssima mania de esquecer.

Por um momento, eu esqueci. Mas fui lembrada da pior maneira possível.

Lembrei.

Não posso me esquecer de novo.

Não posso.

A vida põe coisas no nosso caminho para podermos seguir e sempre aprender.

O que a vida nos ensina, não podemos esquecer.

Porque é desses ensinamentos que viraá a prova de que um dia estivemos aqui.

Porque é o que nos faz o que somos.

Mais fortes ou mais fracos, mais ou menos inteligentes...

Cabe a nós aprender da melhor maneira.

E seguir adiante.

Vacinados.

Decididos.

Corajosos.

Saturday, February 16, 2008

Bom dia uma ova

Depois de ficar com insônia até hoje às 3 da matina, comecei o dia muito bem até que surgiu a frase: "E aí? Já fez a inscrição pro concurso da Assembléia?".

"De novo não..."

"Tem que fazer, pode não achar bom nem nada mas quero ver quando os primeiros dois mil reais aparecerem na conta."

PORRA, SERÁ QUE SÓ EU QUE ACHO QUE DINHEIRO NÃO TRAZ FELICIDADE???

Não adianta ter um zilhão de reais na conta se você não está feliz. Prefiro mil vezes trabalhar com algo que me dá prazer e não ganhar rios de dinheiro (pelo menos na atual conjuntura, nunca pode-se dizer "dessa água não beberei").

Pais do mundo, seus filhos têm sonhos! Eu tenho sonhos! Puta merda, será que eu vou ser apenas mais uma pessoa que fez faculdade e jogou o universo pra cima e resolveu trabalhar pro governo?! Por que raios eu não tenho o direito de ser bem-sucedida sem fazer um concurso??? Conheço gente que não nasceu com a bunda pra lua e hoje ganha bem o suficiente pra poder fazer a própria casa.

Por que EU não poderia também????

Por que não acreditam em mim?? Eu pareço tão displicente e indisciplinada assim? Ou incapaz? Ou O QUE, MERDA?!?!

"Pinga, mas não seca. Pergunte pra sua prima".

Erro crasso (crássico?): não me compare.

E azar que pingue mas não seque, que você tire licença de seis meses por estar com dor de barriga, que tire férias 360 dias por ano.

Quero merecer o meu sucesso. Bater no peito e dizer que o mérito é meu, que eu fiz com as minhas mãos. Que eu construí meu sonho pedacinho a pedacinho.



E quem não acredita em mim pode tomar no cu e morrer.

Friday, February 15, 2008

Qualquer coisa

De volta por necessidade. Rapidamente contando novidades, estou trabalhando em uma agência como temporária e viciada em Shin Megami Tensei.

Hoje voltei aqui por necessidade. Há tempo vinha ensaiando, mas hoje foi a gota.

Primeiro com alguns vídeos enviados pelo Roia (diretamente de Dublin xD) sobre direção perigosa (confira aqui, e acolá). Fiquei impressionada tanto pela qualidade cinematogáfica da produção quanto pela minha falta de tato em imaginar que essas coisas estão aí, no cotidiano, na esquina. Talvez porque dos meus quase 5 anos de carteira menos de 1 dele foi "dirigido", confesso.

Mas talvez, como a maioria dos brasileiros, as sinapses tenham começado a funcionar melhor só depois desse estímulos mais drásticos, mais reais, mais dramáticos. Me fez lembrar a amiga da minha mãe, de um colega de faculdade e um de CMBH, e tantas outras pessoas que se vão por conta de idiotice dos outros. Injusto, estúpido e sem resposta.

Então um pedido que faço aqui é o mesmo que fiz em outros lugares: POR AMOR AOS QUE AMAM VOCÊS, NÃO SEJAM IMPRUDENTES. As pessoas não são obrigadas a arcar com as suas atitudes irresponsáveis. Se você quiser morrer, foda-se, vá morrer longe de quem não quer. Respeite a vida dos outros se você não respeita a sua.




Passado este primeiro fatídico momemento, chega outro.

Como dizer?

...

EU ESTOU AQUI, NÃO É POSSÍVEL!!!!!!

De qualquer maneira, foi.

Com vocês, Nightwish.

For the heart I once had

Heaven today is but a way
To a place I once called home
Heart of a child, one final sigh
As another love goes cold

Once my heart beat to the rhythm of the falling snow
Blackened below, the river now flows
A stream of molten virgin snow

For the heart I`ll never have
For the child forever gone
The music flows, because it loves
For the heart I once had

Living today without a way
To understand the weight of the world
Faded and torn, old and forlorn
My weak and hoping heart

For the child, for the light
For the heart I once had
I`ll believe and foresee
Everything I could ever be

For the heart I`ll never have
For the child forever gone
The music flows, because it longs
For the heart I once had

Time will not heal a Dead Boy`s scars
Time will kill

For the heart I`ll never have
For the child forever gone
The music flows, because it longs
For the heart I once had


Heaven today is but a way
To a place I once called home
Heart of a child, one final sigh
As another love goes cold

Once my heart beat to the rhythm of the falling snow
Blackened below, the river now flows
A stream of molten virgin snow

For the heart I`ll never have
For the child forever gone
The music flows, because it loves
For the heart I once had

Living today without a way
To understand the weight of the world
Faded and torn, old and forlorn
My weak and hoping heart

For the child, for the light
For the heart I once had
I`ll believe and foresee
Everything I could ever be

For the heart I`ll never have
For the child forever gone
The music flows, because it longs
For the heart I once had

Time will not heal a Dead Boy`s scars
Time will kill

For the heart I`ll never have
For the child forever gone
The music flows, because it longs
For the heart I once had