Monday, September 15, 2008

Só cabe aqui um palavrão...

... e daqueles bem cabeludos, que faziam as nossas avós lavarem nossas bocas com sabão.

Voltei, mais uma vez. Voltei a escrever, porque nosso país merece!

Isso mesmo. O Brasil MERECE que eu escreva!

O Brasil merece que eu escreva porque, um dia, eu acreditei nele. Acreditei que a minha nação, a minha "terra adorada" pudesse se tornar algo além da terra das bananas e das mulatas. Acreditei que um dia o QI avaliado pelas empresas na contratação de seus funcionários seria sigla para um tipo de análise de competência. Cheguei até a sonhar que a Amazônia seria reconhecidamente nossa, que nossa língua seria respeitada nos quatro cantos do mundo e que a nossa capital sairia de Buenos Aires e voltaria a ser Brasília.

Mas como diz aquela piada que meu pai me contou mais de uma vez: "Me enganei. Pensei que ia peidar e caguei". Depositei esperanças doces onde só amarga a realidade.

Não entendo como eu tive a capacidade de apostar num paiseco de merda como o nosso. Digo paiseco não por sua extensão, belezas naturais, nada disso. Digo por outros motivos que conseguem matar o que é bom aqui com a eficiência de um veneno.

Nós temos um presidente praticamente analfabeto. Não que eu tenha alguma coisa contra as pessoas que não tiveram oportunidade de estudar, mas acho que quem realmente quer procura meios de construir seu caminho. Com tantas coisas acontecendo em tantos períodos eleitorais (me lembro de Lula concorrendo contra o Collor em 1989), como esse imbecil não pensou em estudar?! Mesmo depois que deixou o trabalho de torneiro mecânico (e para o qual fez um curso técnico) pela falto do mindinho (e isso lá é motivo para se aposentar?!), a figurinha poderia ter buscado ser alguém na vida, sei lá. Mas também parece que isso não importa muito, sabe? Inclusive eu me pergunto como que ele conseguiu mandar os filhos para estudar no exterior com a aposentadoria de torneiro mecânico...

Nós temos um legislativo podre, um executivo mentecapto e um judiciário decrépito. Eu reconheço, por exemplo, que algumas situações só podem ser taxadas como "crimes" quando há o flagrante. Mas não sei se em algum outro país uma pessoa que possui conteúdo sexual explícito de menores no seu computador deixa de ser pedófilo por não estar enviando esses dados a outros usuários. Ah, no nosso país esconder dinheiro de propina na cueca, na mala ou no tuim poderá OU NÃO ser um crime. Depende de quanto dinheiro o seu "padrinho político" tiver.

Mas é claro que nem tudo está perdido, certo? De tantos em tantos anos, temos eleições, a chance do povo escolher seus representantes e estes, por sua vez, colocarem a devida ordem nesse bacanal, certo?!

Não, burros. Errado, mais uma vez.

Nosso período eleitoral é uma piada há algum tempo, mas ultimamente tem-se tornado um verdadeiro circo de horrores: veste-se de cangaceiro, imita-se Jesus, plageia-se a música alheia, tudo é permitido. Na minha concepção, uma pessoa que tivesse a intenção de representar a população (no degrau hierárquico que lhe aprouvesse) deveria ter o mínimo de instrução, conceito perante a sociedade e idoneidade comprovada. Não que precisasse apresentar diploma de Harvard, pois algumas mentes brilhantes e bem sucedidas não tiveram a oportunidade de chegar ao Ensino Superior; mas que mostrasse ter competência em sua função, ser bom empregador, contribuir com a comunidade, buscar interesses maiores que os financeiros... Pensando bem, estamos falando do Brasil, né? E o nosso presidente... bom, já deu pra entender, né?



A meu ver, se continuar assim, o Brasil, o "país-continente", o "berço esplêndido", etc., et., será para sempre um paiseco de merda movido a pão e circo. Movido a "bolsas-farelo", a obras eleitoreiras, a maquiagens de última hora, a risadas de chacota vindas do resto do mundo, a laranjas, a propinas e a traficantes que mandam mais do que o poder público. Os direitos humanos continuarão sendo "direitos dos manos" até que tiremos o cabresto ou que paremos de rir dos outros e olhemos nossas caras - ridiculamente pintadas - no espelho.

Enquanto isso, a terra onde "tudo que pinta de novo, pinta na bunda do povo" sofreu modificações. O Brasil agora é a terra da caipirinha, do pagode e do Ronaldo Gordo; o QI virou os filhos feios que todo mundo adora fazer e detesta assumir a paternidade; a Amazônia, de tão desmatada, já não é mais de interesse da ONU e a nossa capital já chegou ao Rio de Janeiro.

E viva o Brasil.