Friday, December 12, 2008

De saco cheio das virtudes

Para Aristóteles, o estado ideal das coisa deveria tender a um equilíbrio, um meio termo entre os extremos. Aos extremos, ele chamava vícios; ao equilíbrio, virtudes. E a paciência constava entre uma delas.

De uns tempos pra cá, tornei-me uma pessoa viciada em relação a certas coisas. Ou sou indiferente, ou completamente intolerante.

Dizer se esses vícios me fazem bem ou mal, ainda não consigo. "Mas se são vícios não podem fazer bem, certo?". Hm... não exatamente. Muitas vezes o barco precisa de uma lufada de vento que quase lhe arranque as velas para chegar no seu destino.

Consigo apenas dizer que me sinto muito estranha. E tenho sempre vontade de parar o tempo para entender e avaliar as possibilidades. A merda é que o tempo não pára, pelo menos não pra mim. E às vezes tudo se torna uma roda viva tão grande de coisas que, quando dou por mim, me vejo sob os escombros do que aconteceu, sem chance de agir ou voltar.

Ficar com dores de estômago, náusea e dor de barriga são o de menos. O pior é o topor que fica pelo corpo todo, quase me impedindo de digitar o que penso e o que sinto. As mãos trêmulas quase não obedecem, os olhos querem simplesmente se fechar para esperar que tudo passe e fique novamente no silêncio confortável da ignorância.

Felizmente ou não, me desvencilho dele e busco algo pra fazer. Deixar os neurônios inquietos é uma forma de remediar as coisas que não controlo.