O coração é enorme, bem me diziam.
Levar consigo as mazelas do mundo não adianta, sabe-se disso.
Ver a vida e deixá-la simplesmente como está é injusto.
Um coração quente como poucos.
Grande como menos ainda.
Machucado como alguns outros.
Bóreas sopra infernal como nunca e castiga sem cessar as frágeis e ágeis fibras que cobrem o centro de tudo.
Maltratado, rasgado, ferido.
Pulsando, mesmo contra o vento.
Bóreas... por que?
Num repente, as placas de gelo ficaram mais sólidas.
O que era antes molestado endureceu-se a ponto de molestar as grossas placas de gelo.
Quebrou-as num instante.
E o que era antes só calor, só calmaria
Soube que poderia tornar-se mais do que era.
Podia ser tempestade. Ser mais gelado que Bóreas.
E entendeu que, às vezes, é preciso ser suave para ser forte. É preciso ser firme para ser manso. É preciso bondade para enfrentar a dor. É preciso frieza para aquecer outro coração.